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terça-feira, 24 de maio de 2011

TIA ERIKA E CIA.



A tia Erika foi a primeira pessoa que escolhi ligar quando soube do atropelamento.
Achei que ela fosse a pessoa mais sensata pra me ajudar naquele momento a contar ao restante da família o que havia acontecido, apesar de correr o risco de ser traída por sua hipertensão.
Foi o que aconteceu: sua tia foi parar no hospital e, eu, passei a ter duas preocupações.
No velório, ela não queria te ver. Achava que ia ficar com uma imagem ruim por te ver morta.
Fiquei brava com ela, mas acabei convencendo-a de que você estava tão linda que não havia motivos para não vê-la.
Depois de mim e dos seus irmãos, a maior dor certamente é a dela.
Você não acreditaria, mas ela virou a tia predileta de 10 entre 10 amigos seus... Uma louca!
Outro dia, olhando o caderno do Matheus, ela encontrou esse desenho:


Como é difícil fazer os pequenos compreenderem a morte...
A Fernanda sempre pergunta: ‘Cadê a Bianca? Ela tá no céu?’.


Difícil vender uma coisa que a gente não compra: a SUA morte.
A tia achou também, num bloquinho qualquer perdido na casa dela, um pequeno desabafo da imensa dor do tio Emerson:


Pessoas que a gente sempre amou, né?
O tio não sabe o que fazer pra distrair seus irmãos e mantê-los ocupados com coisas que os façam mudar o foco por alguns momentos.
Domingo passado fiz panquecas com molho branco lá na casa da tia, comidinha que você era apaixonada...
Faltou você ali, aliás, sempre falta você...


Como eu queria ter poderes...Como eu queria...
Se eu tivesse poderes, você estaria aqui com a gente...
Te amo, vida...

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