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domingo, 29 de julho de 2012

DOUGLAS OLIVEIRA


Douglas Oliveira, 22 anos.

Este a Bianca conhecia bem.

Acidente de moto.

Mais um que se foi bestamente.

Mais um que era amigo da Bianca e dos amigos da Bianca também.

Sabe o que parece?

Que tá havendo um extermínio de jovens...

Não quero mais meus meninos andando de moto! Não quero!

Que a mãe do Douglas consiga passar por essa perda, pois sei que foi um acidente muito traumatizante!



"Mais um lindo pra te fazer companhia, minha flor"







sexta-feira, 27 de julho de 2012

NÃO FOI ACIDENTE.ORG


O que diz o Projeto de Lei ?

PROJETO DE LEI DE INICIATIVA POPULAR SOBRE CRIMES DE TRÂNSITO QUE ENVOLVAM A EMBRIAGUEZ AO VOLANTE

A embriaguez ao volante passa a ser somente ilícito penal e não mais ilícito administrativo;
O procedimento administrativo foi incorporado às infrações penais;
Eliminação do enquadramento à lesão corporal culposa;
Aumento da pena, a obrigatoriedade da submissão ao exame clínico e a formalização de obtenção de provas de embriaguez;
Eliminação do mínimo de concentração de 6 (seis) decigramas.

Para conhecer o projeto completo, clique AQUI.

De forma simplificada, o que vocês buscam com este projeto?

Este projeto acaba com a infração administrativa (multa) para quem dirige embriagado. Desta forma, a embriaguez ao volante passa a ser somente ilícito penal (crime). Tem por objetivo principal a tolerância ZERO para direção e embriaguez.

Para tanto, pretende a alteração das penas para quem dirige embriagado (de 1 a 3 anos de prisão) e para quem mata no trânsito por estar dirigindo embriagado (de 5 a 8 anos de prisão).

Permite que o exame clínico, feito pelo médico, possa servir de prova para comprovar a embriaguez do condutor, sem a necessidade do bafômetro ou exame de sangue.

Nas palavras do Dr. Maurício Januzzi, presidente da comissão de trânsito da OAB-SP e autor do projeto:

“A política de tolerência ZERO que o nosso projeto preconiza é no sentido de que aquele que for flagrado dirigindo com qualquer quantidade de álcool por litro de sangue estará sujeito a responder por CRIME DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (Artigo 306 do CTB). O projeto propõe que não haverá mais infração administrativa (artigo 165 do CTB) no que tange a embrigauez ao volante. Hoje não existe tolerância ZERO. O que ocorre hoje é uma tolerência a embriaguez ao volante, isto porque a infração administrativa (artigo 165 do CTB) se dá quando comprovado a embriguez de 0,2 dg/l até 0,6 dg/l , ou seja, multa de natureza grave, 7 pontos na carteira e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. Já, se comprovado que o indivíduo está embrigado acima de 0,6 dg/l, ele estará sujeito a responder pelo crime de embrigauez ao volante (artigo 306 do CTB)”.

Qualquer pessoa pode assinar a petição?

Não. Para que a sua assinatura seja válida é fundamental que você tenha título de eleitor. Isto é necessário, pois não se trata de um abaixo-assinado e sim de uma petição pública, único instrumento popular de participação com força no Congresso Nacional. No Brasil, a iniciativa popular para a proposição de projetos de leis é um direito constitucional.



Não importa se o assassino da Bianca estava bêbado ou não.

O que importa é que, se a gente pode fazer algo para melhorar, por que cruzarmos os braços?

Não basta curtir a página no facebook!

Tem que entrar no site e ASSINAR

Não lembra do número do seu título de eleitor?

Sem problemas...

Entre AQUI e encontre!

Não se esqueçam que TODOS NÓS andamos por aí, de forma que também estamos expostos à imbecilidade e irresponsabilidade alheia no trânsito.

O blog da Bianca tem 219 seguidores, e eu gostaria que TODOS os 'seguidores-eleitores', tivessem a consciência de assinar isso.


Conto com vocês!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

MAIS UM SONHO CONTIGO


Sonhei com você esta noite.

Toda a família estava reunida numa casa de praia, inclusive a bisa e o nono.

Estávamos ali para velar você.

Seu velório acontecia na garagem da tal casa, e já estávamos no quarto dia ali ao seu lado (imagine!).

Em determinado momento, eu, sabendo que já era hora de te levarem dali, falei que queria ficar sozinha ao seu lado por alguns instantes.

E fui.

Não era um velório convencional...

As pessoas que ali estavam, realmente aproveitavam a praia e tocavam a vida como se não existisse um velório na casa.

Me aproximei do caixão e, em choque, observei que seus braços estavam levantados e, suas mãos, abertas.

Não estavam junto ao corpo como da última vez que eu a tinha visto.

Cheguei perto, toquei sua mão direita e você, mesmo fria, esboçou um movimento com os dedos.

Fiquei histérica de felicidade!

Gritava como louca: “Ela não está morta! Não está morta!”

Foi quando você abriu os olhos e se sentou no caixão, dizendo que precisava de um banho e que não sabia o motivo de estar ali.

Expliquei que era a segunda vez que você morria, mas você dizia que nunca esteve morta, mas que sofria de catalepsia, e esta era a razão pelo qual velório tinha que ser tão longo, pois em algum momento terminaria seu estado letárgico.

Você estava feliz, eu estava feliz...

Depois que você tomou banho e vestiu uma roupinha de calor, perguntei onde você havia colocado minhas roupas que vestiam você no caixão (sim, ela foi enterrada com roupas minhas).

Peguei você no colo como se fosse um bebê!

Você ria, tinha cabelos novamente e a gente dizia que se amava.

O Nícollas, na dele, como sempre, vibrou com a notícia de você estava ali novamente.

Disse uma palavra de alívio quando contei, mas não consigo lembrar qual foi. Só sei que foi uma única palavra.

O nono chorou.

A vó Dette ficou maluca!

A Ivy, você pegou no colo e apertou com saudade.

Acordei num misto de alegria pelos minutos do sonho que tive, e ódio, por saber que não era real.

Já acordada, aqui na sala, a Ivy desceu as escadas e me deu um abraço e um beijo de ‘bom dia’, como todos os dias.

Falei pra ela:


- Sonhei com a Tata hoje, e ela estava viva!


E, para minha surpresa, pois a Ivy nunca se lembra dos sonhos, ela respondeu:


- Nossa! Eu também sonhei, mas não lembro direito... Sonhei um monte de coisas com a Tata, só sei que ela falou comigo, mas não lembro o que...



“Até seu cheiro senti, minha amada...
O toque do seu rosto no meu na hora do nosso abraço...
Sua alegria por estar entre nós novamente!”

domingo, 22 de julho de 2012

NOSSO DIVÓRCIO E VOCÊ


Bianca morreu em 01/03/11.

Em 01/03/10, exatamente um ano antes, eu e o pai dela assinávamos nossa separação.

Separação sofrida onde ela, por ser a filha mais velha, a mais madura e a que opinava com convicção sobre o assunto, pagou caro pelo seu posicionamento.

Nunca falei disso aqui, mas hoje deu vontade de contar como ela vinha se sentindo ultimamente.

Foi uma decisão tomada por mim, após muito pensar, e pensar e pensar...

Os pormenores da história não cabem aqui por decisão pessoal.

Antes de falar com o pai, falei com as crianças sobre minha decisão.

O Nícollas, na época com 10 anos, deixou escapar uma lágrima.

A Bianca aceitou de ‘bate pronto’, sem maiores dramalhões.

Expliquei que, apesar de não estar mais casada com o pai deles, pouca coisa mudaria, porque eles continuariam a tê-lo presente em todos os momentos, como sempre o tiveram.

Sem contar que, sendo a imensa maioria dos amiguinhos deles, filhos de pais separados, ficou mais fácil assimilar.

Essa era minha concepção de separação: amigável, sem brigas e tendo os filhos como prioridade.

Cada indivíduo possui versão própria para a mesma história, portanto, não quero aqui dizer que um ou outro teve ou deixou de ter razão.

Cada um, seja qual for a situação, tem lá suas razões para agir como agem...

Ele não aceitou, não entendeu como as coisas chegaram a tal ponto e isso tornou tudo muito mais difícil.

Tenho, pra mim, que ninguém se casa pensando em separação. Mas, também, que o velho bordão do ‘felizes para sempre’ deveria ser substituído por ‘felizes enquanto houver amor’.

A cabeça das pessoas funciona de formas diversas, e o que parece certo pra mim, pode não parecer pra você.

Foi mais ou menos isso que aconteceu.

Não me casei na igreja e não fiz nenhum daqueles juramentos diante de um padre, mas nem por isso me casei sentindo menos amor.

Estava com ele havia dois anos e casei grávida da Bianca.

O amei, com todo o amor desse mundo, durante os 13 anos de casamento, mas, em algum momento, colei alguns pedaços que antes me pareciam isolados dentro da nossa relação e comecei a questionar nossa história.

Fiz isso calada.

Ponderei.

Decidi.

Pedi a separação e, a partir desse momento, nossas vidas se tornou um verdadeiro inferno.

Nunca duvidei do amor dele por mim, porém, já não podia acreditar no meu por ele.

Como nenhuma relação se mantém com a disponibilidade de apenas uma das partes, depois de muitas discussões, ofensas e brigas, nos separamos.

Exatamente um ano antes da Bianca ser morta.

Ela teve um ‘último ano de vida’ tumultuado por estar em meio a um tiroteio ridículo de acusações e baixarias.

Pagou por caro por entender o meu lado e o lado dele e, mais ainda, por não ter o reconhecimento dele de que ela já era capaz de discernir sobre o assunto.

Conviveu com a indiferença dele por achar que ela tomava meu partido nessa questão.

Indiferença que a fez sofrer demais, pois tudo o que ela queria na vida era que ele compreendesse que ela não estava do lado de nenhum de nós e, ao mesmo tempo, ao lado de nós dois.

Todos os dias, várias vezes por dia, quando nos falávamos por telefone, ela se queixava dele.

Enquanto eu morria de beijar e abraçar meus filhos quando chegava do trabalho, ele, por infinitas vezes, nem na cara dela olhava.

Foi um período tão difícil pra ela que, muitas vezes, ela me dizia que preferia que ele morresse de uma vez por todas.

Falava isso não por odiá-lo.

Falava por não suportar viver com a indiferença de um pai que ela tanto amava.

Cada tentativa minha de conversar com ele, terminava em briga.

Numa dessas vezes, disse a ele que não importava quanta raiva ele sentia de mim, e que por mais que ele dissesse nunca mais querer falar comigo na vida, tínhamos três filhos em comum, e que esse era um laço indissolúvel.

Ainda assim, ele mantinha sua posição.

Foi quando perguntei, com ironia:


- Ah, tá! Você não vai falar comigo mesmo que uma das crianças fique doente?

- Não.

- Mesmo se, um dia, um deles estiver morrendo num hospital?

-Não.



Pois bem.

A vida deu suas voltas e nos colocou nessa situação.

Embora seu último final de semana de vida tenha sido entre nós, família, e tenha sido até certo ponto agradável entre ela e o pai, eu, como uma de suas confidentes, sei o que se passava naquele coração.

E quando estávamos no corredor do hospital, eu e o pai ela, pude ter, simultaneamente, a visão dele sentado na cadeira chorando e, logo mais ao fundo da sala de emergência, minha filha tendo a cabeça raspada para a cirurgia.

Não chorei uma lágrima sequer.

Olhei pra ele e perguntei se ele estava lembrado do que me respondeu quando perguntei sobre conversarmos caso um filho nosso estivesse morrendo num hospital.

Aquela era a HIPÓTESE transformada em REALIDADE.

E tive vontade de chutar a cara dele, até matá-lo, por todas as vezes que ele saiu ou chegou em casa sem ao menos olhar na cara dela.

Sem beijá-la.

Sem abraçá-la.

Eu já sabia ali, após ter falado com o médico e de ter estado ao lado da minha filha naquela emergência, que ele NUNCA MAIS poderia fazer o que não havia feito até aquele momento.

Sabia, também, que a dor dele seria diferente da minha pelo resto da vida.
Nem maior, nem menor.

Apenas diferente.

Após o enterro, fiquei em São Caetano com as crianças, pois achei que voltar pra Sorocaba, no calor dos acontecimentos, não seria bom nem pra mim, nem pra eles.

A Bianca foi atropelada na calçada onde fica minha casa, só que algumas casas rua acima.

O Nícollas presenciou parte do socorro, e por mais que ela não apresentasse ferimentos externos, tenho certeza que a imagem da irmã agonizando naquela calçada o atormenta todos os dias (embora ele ainda não fale sobre o assunto).

O pai dela voltou pra Sorocaba logo após o enterro.

Me senti indignada por isso.

Minha vontade era de morrer junto com a Bianca, tomar um monte de remédios, fechar a porta do quarto e não falar com ninguém.

Mas não havia, ali, somente a minha dor.

Havia a dor de um irmão que a amava demais e a de outra pequenina que a tinha como segunda mãe.

Então, aos que se decepcionaram por não terem presenciado um escândalo no velório, volto a dizer que minha força era, também, para preservar um pouco a Ivy e o Nícollas.

Eu tinha que estar inteira, ou fingir estar, porque estava SOZINHA com eles.

O tempo foi passando, a hostilidade entre o Nícollas e o pai dele começou a voltar com força e foi quando eu pensei: “E se eu morrer, como eles vão ficar”?

Ao mesmo tempo, tive aquele sonho com a Bianca, onde ela pedia que eu voltasse pra casa, pois aqui era meu lugar.

Voltei pra casa.

Voltei porque acredito em alguns sonhos, e este foi muito forte pra mim.

Minha separação foi revertida para divórcio após a morte da Bi.

Não me arrependo disso, pois foi um processo infinitamente estressante e doloroso, mas não foi impensado.

Quando voltei pra minha casa, minha intenção maior era de aproximar pai e filho novamente.

Hoje, posso dizer que a relação deles melhorou muito, embora algumas coisas não mudem nunca.

As pessoas são como são, e não me excluo disso não!

Não sou uma pessoa fácil de lidar. Reconheço.

Mas meus filhos são muito mais importantes que eu, e a felicidade deles vale qualquer sacrifício!

À medida que o tempo foi passando, me dei conta de que todas as pessoas que sofreram por essa perda, embora ainda sentissem dor e tristeza, estavam vivendo suas vidas, e muitas delas começavam a me dizer que eu precisava reagir, precisava voltar a trabalhar, precisava acreditar que ela estava viva em outro plano...

Precisava... Precisava... Precisava...

Concluí que a única pessoa capaz de entender o que eu sentia, era a única pessoa que estava sofrendo tanto quanto eu: o pai dela.

Por esta razão, e pelo bem das crianças (que já se mostravam prontas pra voltar), baixei a guarda, voltei pra casa e estou tentando olhar pra ele e encontrar um pouco do que me fez amá-lo tanto.

Ele tem sido um bom ombro, um ótimo amigo, mas algumas coisas ainda não mudaram dentro de mim.

Não estou preocupada em ‘estar perdendo tempo na vida’, como muita gente já me falou.
Estou vivendo um período de tentativas.

Ainda olho pra ele, embora sabendo da dor que sente, e tenho vontade de esbofeteá-lo, até desmaiar, pelas coisas que fez nossa filha sentir, pelas lágrimas que a fez chorar e pelo crédito que não deu à sua capacidade de entendimento.

Sei, também, que não preciso apontar o dedo pra ele, assim como sei que também não fui uma mãe perfeita.

Ninguém é perfeito.

Tanto sei disso, que ainda sinto ódio quando me lembro de certas coisas.

Sou humana.

Mais que isso, sou mãe.

E fui mãe de uma criatura extremamente adorável, que sofreu muito pela imaturidade emocional do pai e que, infelizmente, nunca poderá contar isso como uma história que tenha ficado no passado.

Ela morreu magoada, e isso me mata.

Procuro não ficar remoendo, mas nem sempre posso evitar.

Eu e o pai dela estamos vivendo juntos de novo.

Sei que o amor que ele sente por mim é imenso, mas ainda não sou capaz de retribuí-lo da mesma maneira.

Estou tentando ser uma boa companhia, criando meus filhos ao lado de um pai mais consciente e mais cuidadoso.

Espero que o Nícollas e a Ivy cresçam sem mágoas no coração, sejam grandes pessoas e que possam ter, futuramente, boas recordações desse ‘novo mesmo’ pai que estou tentando fazer com que tenham.

Quanto a mim, se a Bianca pediu pra que eu ficasse em casa, é assim que vai ser.

Meus filhos precisam crescer mentalmente saudáveis, depois eu penso em mim!



Bi, fiquei impressionada com a veracidade com que você abria seu coração pra Laura e pro Matheus Jr. sobre isso tudo que escrevi.
Falamos sobre isso algumas vezes, e eles reproduziram diversas vezes algumas frases suas...
Isso só me fez ter a certeza de que você sempre foi uma menina de ouro, em simpatia e honestidade.
Te amo por isso...