Então...
Da minha casa até a escola da Ivy, passo a pé por quatro ruas.
Em todas elas, carros estacionados em cima das calçadas e pedestres andando nas ruas.
A calçada não é local para veículos estacionados.
Além disso, quando um veículo está estacionado sobre a calçada ou passeio, atrapalha a circulação dos pedestres.
A palavra calçada, conforme Anexo I do Código de Trânsito Brasileiro, possui o significado de parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, NÃO DESTINADA À CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins. Importante também ressaltar o significado da palavra passeio, definida como PARTE DA CALÇADA ou da pista de rolamento, neste último caso, separada por pintura ou elemento físico separador, livre de interferências, destinada à circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas. Portanto, os passeios devem ficar livres de obstáculos para a passagem dos pedestres e nas calçadas pode ser colocado mobiliário urbano, sinalização, etc.
O veículo estacionado na calçada pela falta de consciência do motorista, representa uma afronta à segurança do pedestre, que perde a calçada para caminhar e fica vulnerável com a entrada e saída dos carros parados no recuo.
(MITOS E VERDADES)
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quarta-feira, 23 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
CÉU COR-DE-ROSA
Como são as coisas...
As postagens no blog têm se tornado mais espaçadas, menos frequentes...
Acreditem, ou não, sou cobrada por isso através de emails!
O blog não é uma coluna semanal, e que isso valha aos que ficam ansiosos por novos textos.
Sabe, o luto é uma coisa estranha...
Estranha porque é uma fase sem receita mágica, uma fase onde as coisas funcionam individualmente e em que as pessoas, cada uma a seu modo, tentam ajudar com bons conselhos da maneira que podem ou sabem.
A verdade é que, por mais que os conselhos sejam bacanas (e são!), pra mim ainda são impraticáveis.
Depois que fui à psiquiatra, saí de lá com duas receitas nas mãos: um antidepressivo e um ansiolítico.
Concordei em consultar uma psiquiatra unicamente com a finalidade de solucionar a questão da insônia, que me atormenta desde a morte da Bianca.
Quando entrei no consultório, contei rapidamente o que me levara até ali, e já me adiantei em dizer que sou uma pessoa resistente a tomar medicamentos.
Detesto tomar qualquer coisa pra qualquer tipo de dor, a menos que seja muito, mas muito, muito enormemente necessário.
Disse, também, para que nem tentasse me convencer a fazer terapia, pois isso não traria minha filha de volta.
Bem, a médica, por fim, após concordar que minha situação era delicada, me perguntou se eu tinha religião.
Pronto! Era só o que me faltava!
Pensei: Bom, se uma psiquiatra chega ao ponto de começar a questionar sobre religião com uma paciente que não está numa sessão de terapia, é porque sou um caso perdido mesmo!
Diante da minha negativa, ela deu a última cartada:
“Mas você acredita em Deus, NÉ?"
Sabendo que a desapontaria, respirei fundo e disse a ela que não, mas que esse era um assunto do qual eu não tinha a menor pretensão em discutir, pois meu único intuito era o de sair daquele consultório com a certeza de que teria de volta, ao menos, as minhas sagradas noites de sono.
E assim foi.
Ela me receitou um antidepressivo de baixa dosagem, e disse que aumentaria se fosse necessário a partir dar próximas consultas.
Fiquei me perguntando o que um comprimido de medicação antidepressiva seria capaz de fazer por mim...
Após as três semanas que ela disse demorar para que eu começasse a sentir o efeito do remédio, a única coisa que mudou em mim foi a diarréia constante que passei a ter.
Sinceramente, não sei responder se antidepressivos funcionam de fato num caso como o meu, e também não vou saber, porque parei de tomá-los!
Agora, sobre minhas noites insones, essas são metralhadas pelo clonazepan.
Durmo bem, acordo bem.
É bem aquela coisa: remédio só é bom quando a gente realmente precisa!
Continuo odiando ter que tomá-lo, mas, por hora, este tem sido muito necessário sim.
Voltando à questão do luto, hoje, me sinto infinitamente pior que no ano passado.
O impacto da perda da Bianca na vida de cada um aqui de casa, se mostra dia após dia.
Um chora, outro finge que é forte e consola, outro enfatiza a agressividade verbal, e assim temos levado nossas vidas.
A Ivy, por incrível que pareça, é a única que, verdadeiramente, mostra superação honesta diante da perda.
Ela tem raríssimos episódios de choro, fala da irmã com amor, saudade e conformismo.
A Bianca só deixou marcas positivas na pequena vida da irmãzinha que ela tanto amou!
Anteontem, no final da tarde, o céu estava meio cor de rosa.
Falei pra Ivy que a Tata havia pintado o céu só pra que a gente olhasse pra ele e lembrasse dela naquela hora.
Ela concordou comigo.
Perguntei se ela realmente acreditava naquilo, e ela, seguramente, me respondeu que sim...
Isso mostra que, apesar dos meus questionamentos e minha revolta, em momento algum tentei envenenar meus filhos para que pensassem ou agissem como eu diante dessa situação.
terça-feira, 1 de maio de 2012
DE MÃOS DADAS COM OS REMÉDIOS
Pouco mais de um mês que não escrevo.
Mesmo tempo em que tenho tomado a medicação que a psiquiatra receitou.
Não sei dizer qual o efeito real do antidepressivo em mim, a não ser me fazer ir ao banheiro várias vezes por dia.
Continuo triste, arrasada, desesperada e tudo o mais que se possa pensar.
Mas tenho dormido bem, graças ao outro remedinho que ela me mandou tomar.
Ao menos, agora, durmo noites inteiras e consigo acordar sem dor do corpo.
Tentei algumas noites sem remédio, mas não tem jeito: revivo a morte e cada instante daquele dia, até que chega a hora do dia nascer.
Não tenho mais muita vontade de falar sobre a Bianca com algumas pessoas, porque percebi que a única dor que não passa é a dor de mãe, e que a maioria das pessoas não entendem isso.
To cheia de ouvir conselhos do tipo : “Pense nos que ficaram, você ainda tem dois filhos lindos que precisam de você!”.
Porra, e eu não sei disso?
Por que diabos acham que ainda não de um tiro no cara e outro na minha própria cabeça?
Ouço coisas que beiram o absurdo...
Tenho um primo que é pastor de sei lá qual igreja.
Outro dia, veio aqui em casa e, entre uma porção de coisas que ele acredita, disse que um filho que é ‘recolhido por Deus’, é motivo de alegria, nunca de tristeza...
Perguntei se ele realmente pensaria assim caso um filho dele morresse como a Bianca morreu.
E, para minha surpresa, ele disse que se um filho dele morresse, ele se sentiria honrado por ter um filho dele ao lado de Deus.
Chegou a falar, sem saber que eu estava ouvindo, que a Bianca morreu para que começasse a crer em Deus.
Aí é que eu digo que as pessoas que tem fé, não respeitam, VERDADEIRAMENTE, aquelas que não a tem.
E foda-se ele também...
Se um filho dele morrer, não teremos velório.
Teremos festa num buffet!
Mas espero não viver pra ver uma merda dessas, meus priminhos são crianças lindas, maravilhosas e especiais...
No mais, fui a um centro espírita outro dia...
Mas isso eu conto depois!
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