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sábado, 19 de março de 2011

MINHA MAIOR PARCEIRA



As mães, geralmente, são criaturas que se julgam merecedoras de toda a confiança de um filho.
Somos, claro, as únicas pessoas capazes de qualquer insanidade por eles, isso é inquestionável.
Mas será que só por que somos mães, eles devem nos contar absolutamente tudo o que acontece em suas vidas?
Claro que não.
Partindo do princípio de que jamais concordei com essa imposição de que ser mãe é ser obrigatoriamente a melhor amiga de um filho, sempre a deixei à vontade pra decidir o que eu deveria ou não saber.
Jamais mexi em suas coisas à procura de algo que ela pudesse estar me escondendo. Nunca mexi em suas coisas.
Não precisei buscar em diários nem mesmo a perda de sua virgindade.
Ela me contou.
E eu me orgulhei.
Fomos juntas ao ginecologista.
Isso, pra mim, foi o retorno mais positivo sobre a forma como a criei: a confiança que ela tinha em mim não foi imposta pelo fato de eu ser sua mãe, foi conquistada por eu ser sua amiga.
Ontem, criei coragem para abrir seu armário.
Não foi muito confortável fazer isso, a sensação de invasão do espaço alheio foi minha companheira.
De qualquer maneira, isso tinha que ser feito.
O dia estava lindo, um sol queimando forte...
Peguei boa parte de suas roupas e as lavei.
Cada roupa uma lembrança, uma situação, um cheiro, uma saudade, uma alegria...
Peguei uma mala grande, coloquei no sol, e à medida que as roupas secavam, eu as guardava lá dentro.
Foi uma coisa tão triste de se fazer...
Encontrei muitas coisas minhas misturadas às dela: ela me aprovava!
Outro dia ela mandou uma mensagem no meu celular dizendo que era incrível como a cada dia se parecia mais comigo.
Se orgulhava disso.
Nossa única diferença era uma docilidade que somente ela possuía.

“Meu amor, suas roupinhas estão ali, naquela mala, com cheirinho de roupa lavada... Gostaria de ter feito esta mala para você viajar com amigos no final de semana... Gostaria de lavar tudo de novo na segunda-feira para, em seguida, recolocar cada uma de volta ao seu lugar”.

2 comentários:

  1. Gabi, está até dificil de escrever pois mesmo de oculos não enxergo quase nada do teclado de tanto chorar.Me coloco em seu lugar e consigo sentir uma dor profunda no peito, como queria encontrar palavras pra te ajudar, te consolar, na verdade queria te dar colo, como se isso fosse amenizar essa tua dor, só posso tedizer que estou sempre aqui para chorarmos juntas, te amo Bi, nunca se esqueça meu ombro e meu colo sempre estarão a seu dispor.Beijo no coração

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  2. Hei amiga, realmente não sei se vc esta sabendo que mesmo aqui de longe, estou acompanhando tudo e rezando muito, mas muito mesmo por vocês e por ela também. Como chorei agora....muito mesmo....nós mães sofremos juntas, mas tem um agravante "nós amigas", sofremos muito mais juntas...não ache que vc tem que ser forte, vc não tem não....vc tem todo o direito de colocar pra fora esse seu sofrer, mesmo que tenha que se esconder das crianças, pois elas estão contando com sua força...Mas não tente segurar o que vc não precisa tá....e como ja te disse desde o dia que tudo aconteceu....estou longe fisicamente, mas no pensamento, sempre ao seu lado....Muitos bjs....Carol (Ctba).....

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