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quinta-feira, 7 de julho de 2011

NOSSA ÚLTIMA CAMINHADA


Dia 25/02/11.
Três dias antes do seu atropelamento.
Saímos para uma caminhada noturna, aliás, beeeemmmm noturna.
Naquela semana você chorou muito, disse que estava gorda (onde?) e eu me ofereci pra te acompanhar em algumas caminhadas.
Ainda que não desse o resultado esperado, a gente ia dar muita risada como sempre.
Nesse dia, 25 de fevereiro, você chegou da escola as 23:15h.
Estávamos, nós duas, acabadas de gripe!
Mas palavra de mãe é palavra de mãe...
Estava trocada te esperando pra sair e você mal acreditou.
Comeu algo bem rapidinho e começou a me pedir roupas emprestadas porque não tinha nada pra ‘vestir e caminhar’.
Vestiu minha legging branca, minha blusinha rosa e calçou seu par de tênis que tanto odiava, mas que era perfeito para o que íamos fazer (sem contar que combinava 100% com a MINHA roupa que você estava usando).
Já era quase meia noite quando saímos de casa.
Não sei se andamos por lugares realmente feios ou se o avançado da hora e a falta de gente na rua faziam com que os lugares ficassem sombrios.
Passamos por uma pracinha mal cuidada e você disse que havia sido ali que encontrara a Miúcha (a última gata que levou pra nossa casa).
Na sequência, me perguntou se eu costumava ter sonhos repetidos.
Quando disse que não, começou a me contar, apontando pra um barranco dessa pracinha mal cuidada:

“Tá vendo esse barranco aí?
Então... Sempre tenho sonhos repetidos com esse lugar.
Sempre tem pessoas armadas atrás de mim e a Ivy está sempre comigo.
Os caras me pegam, começam a me bater, me jogam ali e eu fico chamando você.
Fico gritando por você, mas você não aparece.
Fico preocupada com a Ivy, com medo de fazerem alguma coisa com ela.”


Lembro que brinquei contigo dizendo que eu não aparecia porque estava trabalhando, e que você deveria chamar pelo seu pai que estava sempre em casa.
Você fez aquela cara de ‘saco cheio’, virou os olhos pra cima e disse que ele não te ouvia nem no mundo real, quanto mais em sonhos...
Como sempre, falei pra você não se preocupar, porque agora que eu estava sabendo desses sonhos, os ‘tais homens imaginários’ que se cuidassem, porque ninguém vence uma mãe em fúria!
Ainda mais a SUA mãe!
A gente riu muito disso... Você dizia que eu era foda... Que eu era a pior... Que eu era a melhor!
Sei que fui a melhor pra você, da mesma forma que você foi a melhor pra mim.
Me orgulho tanto de ter sido o seu amor maior...
Me orgulho tanto das coisas que você me falava...
Sei que você não era perfeita, e nem pretendo que este blog faça com que as pessoas pensem isso.
Ninguém é perfeito.
Você era deliciosamente dissimulada.
Eu, generosamente cega pra lhe permitir vivenciar as coisas erradas da vida.
Tola é a mãe que acredita ter sempre o controle.
Burra é a mãe imperativa.
Amei você por suas qualidades, por seus defeitos e por suas burrices.
Amei você por me ver em ti em cada fase da sua vida.


“- Bibiiiii, eu te amoooooo!

- Tá, mas eu amo mais.

- Não ama não. Eu que amo!

- Não, eu que amo...

- Que porra, Bi! A gente não pode amar igual?

- Tá boooooommmmm, vai...”

Um comentário:

  1. é amor diamsi mas nos maes sempre achamos que podemos amar cd vez mais e que no fim nunca amamos o suficiente ...minha filha era amiga da sua...
    joiceelisaib@hotmail.com (meu orkut)

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