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segunda-feira, 25 de julho de 2011

MÃES E FILHAS


Muita gente lê o que escrevo aqui.
Recebo emails de mães que não conseguem se relacionar com seus filhos, que não conseguem uma aproximação mínima com eles.
Recebo também emails de adolescentes que declaram uma admiração por mim pelas coisas que escrevo sobre a Bianca e sobre minha relação com ela.
Algumas meninas dizem que o sonho delas é ter uma mãe como eu...
Não exagero quando escrevo sobre a Bianca, minha relação com ela não se transformou milagrosamente numa relação brilhante e cheia de glamour só porque ela morreu.
Nós sempre fomos ‘grudadinhas e grudentinhas’, mas éramos, sobretudo, mãe e filha.
O que isso significa?
Mães e filhas brigam, discutem, se ofendem, discordam, ficam de mal...
Mães e filhas compartilham, muitas vezes com má vontade, pentes, maquiagens, roupas, bijuterias e sapatos...
Mães e filhas gritam umas com as outras e, vez ou outra, passam o dia sem se falar!
Minha relação com a Bianca era perfeita sim, principalmente porque incluía tudo isso aí que escrevi.
Dez dias antes dela falecer, tivemos uma briga fenomenal!
Eu a acordei gritando, no volume máximo que minha voz foi capaz de alcançar, porque sua gata havia feito coco no chão da minha cozinha.
Ela levantou da cama, desceu as escadas ‘pisando duro’ e berrando igualmente comigo.
Gritava que eu era louca, que não precisava fazer aquele escândalo todo só por causa do que a gata havia feito.
Dane-se.
Gatos não devem fazer coco na cozinha. Fato!
Ficamos o dia todo sem conversar, e ela passou a tarde escrevendo num caderno, que deixou sobre a minha cama propositalmente para que eu lesse.
E li.
Já revirei minha casa procurando esse desabafo pra postar aqui pra vocês.
Encontrei o caderno, porém, as páginas já haviam sido arrancadas.
Ela teve tempo de jogar fora as coisas que havia escrito sobre nossa briga, pois em meio ao desabafo que fez sobre mim, admitiu algumas coisas sobre ela mesma que certamente se arrependeu.
Mas isso não vem ao caso agora.
Sempre ensinei aos meus que não devemos dormir brigados, sem desejar boa noite e sem um beijo apertado.
Sempre falei que não saíssem de casa sem se despedir dos que ficavam, a gente nunca sabe o que pode acontecer.
Por essa razão, no dia da briga, depois de muita discussão e choradeira, nos abraçamos e nos beijamos selando aquele dia irritante com um delicioso “eu te amo”.
Não tenho nenhum manual que ensine o bom relacionamento entre mães e filhas, nem sei se existe uma regra pra isso.
As pessoas são tão diferentes!
O que funciona para um, nem sempre vai funcionar para o outro.
Acho que, entre mim e a Bianca, existia uma liga de cumplicidade gigantesca.
Havia, em torno de nós, uma aura de amor sem fim.
Não exagero quando digo que não deixamos nada pendente em nossa relação.
Brigávamos como cão e gato, mas nos entendíamos como duas amigas.
Se existe algum segredo que possa garantir o sucesso entre mães e filhas, esse segredo se chama amor.
Amor incondicional.
Amor eterno...


gabihort@gmail.com

6 comentários:

  1. Sem palavras,perfeita sua colocação no que diz respeito a "mães e filhos" aei,chorei,e a cada dia que passo por aqui ou no face te admiro ainda mais,a sua verdade invade o coração.Bom dia!

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  2. Pode me passar seu e-mail?

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  3. admiro muito vc uma mãe Guerreira

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  4. Hj aprendi de novo como dói ser mãe. Fazemos tudo pra ver o sorriso dos filhos, + existem os outros e enfim algumas vezes negamos os seus desejos em favores coletivos. Que merda. Foi bom ler isso Gabi após o stress. Que bom que a relação sua e da Bi, tem um pouco de mim e da Luanda TE AMAMOS SEMPRE

    Vanessa Araújo

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  5. leio e releio tudo aqui.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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