Total de visualizações de página

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

OITO MESES


Passei a perceber, com mais atenção, como o tempo é para cada pessoa.
Quero dizer, de modo meio confuso, que o período de uma semana pode ser referência de muito ou pouco tempo, dependendo de quem se trata.
Estamos há 8 meses sem você.
Seu irmão não se pronuncia sobre o assunto, mas sua ausência se faz presente em cada minuto da vida dele.
Sua irmã, numa das 200 mil conversas diárias que tem comigo e que inclui seu nome, disse, resignada, que fazia ‘o maior tempão que você tinha morrido’.
Quando uma criança adoece, ainda que com gravidade, os médicos sempre dizem que o poder de recuperação delas é muito superior aos adultos.
Certamente, isso também se aplica às ‘doenças emocionais’...
Gostaria de ser criança...
Para mim, o tempo parou naquele dia.
É como se todos os dias, desde aquele dia, fosse o dia do seu enterro.
É a mesma sensação de dor, de falta, de revolta, de saudade...
Eu queria tanto você de volta...

"O coração de uma mãe que perde um filho é um pedaço desgraçado de carne que apodrece num corpo vivo, onde todo o resto teima em funcionar."

Sinto que, agora, estou vivenciando a fase mais solitária desde que você foi tirada de mim.
Me sinto absurdamente sozinha na tarefa de ainda estar indignada e sofrer a maior de todas as dores.
Ninguém, por mais que sinta amor, é mais ‘dono’ de um filho do que sua mãe.
É a mãe, e somente ela, o ser capaz de qualquer insanidade por uma outra criatura, por um pedaço seu...
Eu teria morrido em seu lugar.
Vejo as pessoas vivendo a normalidade de suas vidas e as invejo.
Me pergunto se, algum dia, viverei em calmaria novamente.
A dor que sinto no peito é ímpar.
Luto, diariamente, para não me tornar uma pessoa amarga.
Luto, bravamente, contra a vontade de me matar.
Hoje, vi um filme cuja personagem perdera seu filho.
Coincidentemente, o filho morrera atropelado há 8 meses e ela disse algo mais ou menos assim sobre a dor que uma mãe carrega quando perde um filho:

“A gente arrasta esse peso por muito tempo...
Mas, em algum momento, sem que a gente se dê conta, ele se transformará num tijolo que poderemos carregar dentro de um bolso.
Às vezes, esse tijolo nem será notado, mas quando colocarmos a mão no bolso, lembraremos que está ali.
E, mesmo sabendo disso, será suportável carregá-lo.”

Gostaria de saber quando é que minha dor vai ‘virar um tijolo’, quando será suportável e quando vou conseguir superar...
Quando?
Quanto tempo demora isso?
Amor...
Não mais haverá, no mundo, duas criaturas com tanta cumplicidade como nós.
Não mais haverá um amor como o meu por você...
Um beijo...

5 comentários:

  1. Gabi, faz mais ou menos 5 meses que por acaso achei seu blog, e desde entao virou rotina eu vim aqui e para ver se vc escreveu algo novo.
    Nunca escrevi para vc pq não existe palavras para eu te dizer ,que faça amenizar um pouco essa dor.
    Mas Gabi apenas quero expressar que admiro vc msm nao te conhecendo, lendo vc , vc me fez mudar com meus filhos e ate msm com meus pais.
    Gabi sinto mto por tudo que aconteceu com sua familia, e sinto por eu não ter tido o prazer de conhecer a Bianca.

    Bjos e paz a vc!

    meu email: karinaveloso@lpnet.com.br

    ResponderExcluir
  2. Ola,era amiga dessa menina linda com o sorriso mais doce que ja vi..
    É dificil pra mim porque todos os dias na escola vejo seu filho e fico imaginando que eu que sou amiga sofro tanto imagine a familia.
    Mais fique em paz porque voce pode ter certeza que ela é o anjo mais lindo la no ceu.
    Que Deus te ilumine e te de forças pra seguir em frente, e não fique com essa dor ai não, porque ela não esta sozinha ela esta com Deus.

    Beijos e muita paz pra voce e sua familia.

    Email:geovanna.zac@hotmail.com

    ResponderExcluir
  3. Gabi é dificil ler e não se emocionar com cada palavra postada, cada dor expressa nessas linhas...fico prostrada diante do meu computador lendo, reelendo e ainda não consegui entender porque duas pessoas maravilhosamente lindas que tinham um carinho imenso e essa cumplicidade tão enorme tem que passar por essa triste separação, é muito triste!!!!!quero muito passar a vc a minha solidariedade sem falar em tempo que cura, e aos anos que passarao e que ameniza a dor pois é tudo enganoso, o tempo não cura feridas abertas!!!enfim quero dizer a vc que tenho uma admiração enorme pela a sua pessoa, e dar-lhe forças e qe vc sinta-se abraçada!!! acredito muito qe a Bianca está ao seu lado, te ajudando e acredito muito qe por meio dessa ligação de vcs e la lhe dará a paz... beijoss!

    ResponderExcluir
  4. Prima... você sabe o quanto te admiro e o quanto gosto de você... e no meio da minha admiração, lembranças e pensamentos em você existe uma grande preocupação... que é esta dor e tristeza imensa que você sente... mas eu queria te dizer que nada é melhor do que o tempo... tenho certeza que tudo vai passar e quando menos perceber vai se pegar lembrando da Bianca com um sorriso nos labios e um suspiro de saudade... e o seu tijolo vai ser entregue.
    Não desanime e nem desacredite nas coisas do coração.

    Eu te amo sempre.
    Conta comigo.

    Bjs

    ResponderExcluir
  5. só de ouvir falar sobre a bianca me sinto mal,
    no dia q ela foi atropelada eu estava lá,meu coração doía muito,fiquei muito desesperado de ver a situação dela
    só quero q vc saiba q moro na rua ao lado da sua e de la de mando forças ok,espero q essa dor q está em vc se amenize,bjjjs

    ResponderExcluir

Por favor, deixe um email para contato.